Imagine o que uma criança gostaria de ganhar no seu aniversário de 11 anos, em meados de 1984. Poderia ser uma bola, um carrinho de brinquedo ou mesmo uma peça de roupa. Mas Fábio Conterno, na época uma criança prestes a completar o seu 11º aniversário escolheu algo improvável: uma câmera fotográfica. Ok. Pedir – e ganhar – uma câmera não é algo tão incomum assim… Incomum mesmo é quando o hobby de criança passa a ser um hobby de adolescente para, por fim, ser a profissão e a carreira de um adulto.
Ele bem que tentou seguir outros caminhos… Começou a faculdade de Letras na Unioeste e, em 1994, passou a trabalhar na Gazeta do Paraná. Desde então, a fotografia entrou na sua vida para nunca mais sair – e ele bem sabia disso. “Em 1988, passei a trabalhar no Jornal Gazeta do Povo, na sucursal de Cascavel, onde fiquei até 2004. A partir daí, crisei a F5 Fotografia. No início era uma agência e éramos cinco sócios. Hoje estou sozinho: uns desistiram, outros resolveram tocar a carreira sozinhos. Então, eu costumo dizer que fui escolhido pela fotografia”, observa Fábio, que percebe nitidamente que seus caminhos foram todos direcionados – mesmo que indiretamente – para a foto.
Hoje, Fábio vai além do fotojornalismo. Por isso, atua também em casamentos, festas de 15 anos e outros eventos – inclusive o Maximus Fashion Show 2015, que aconteceu em julho. “Eu amo a fotografia, então gosto de fotografar tudo. O fotojornalismo mexe muito comigo, pois é minha formação. E, claro, por ser jornalista, eu amo contar histórias. Hoje eu as conto através de fotografias”, relata o fotógrafo. E entre tantas histórias prontas para serem contadas, Fábio destaca as que envolvem o amor. “Casamentos são muito fortes na minha vida. Eu amo contar essas histórias”, destaca.
Com uma vida voltada a carreira de fotografia, Fabio admite: entre tantas pessoas que fotografou durante a sua trajetória, ele nem chegou a pensar em quem sonha em clicar. “Nunca pensei nisso. Já fotografei o FHC, o Lula, a Dilma, o Neymar… Mas prefiro pessoas normais como eu, você e as pessoas que nos leem agora. Aí está a essência das pessoas. Eu quero e gosto de fotografar pessoas e para mim, pode ser qualquer um. Quando fotografo um casamento, aquelas pessoas são as mais importantes do mundo – e são mesmo, nem que seja para os noivos”, evidencia o profissional que, enfim, busca captar a essência das pessoas. “Tem um pensador que discute a fotografia em sua teoria. Seu nome é Roland Barthes. Em uma passagem do livro ‘A Câmera Clara’, ele fala da morte, referenciando que a fotografia mata o momento em que ela é feita. Pra mim, no entanto, ela é vida. Ou seja, a partir do momento em que registro um momento, ele é eternizado e eu penso que aí está a vida da fotografia, a capacidade de eternizar momentos únicos e ajudar a fixar na memória momentos vívidos”, conclui Fábio.
Com tanta admiração pelo que faz, Fábio admite, foi a fotografia que mudou toda a sua vida – e não apenas a profissional. “A fotografia foi responsável por me trazer até aqui hoje, conversar com você e proporcionar que as pessoas conheçam um pouco da minha história. Eu tive momentos na fotografia que vivi nas redações de jornais que formaram meu estilo, minha forma de leitura, meu jeito de contar histórias…Isso tudo mostra como a fotografia age em mim”, pontua. “Sempre que fotografo, olho o que fiz e fico imaginando onde poderia ser diferente e o que poderia ser diferente. Temos sempre algo novo para aprender”, complementa.
Com mais de 20 anos de profissão, os planos para o futuro não param de pipocar na cabeça de Fábio e, adivinhem… A fotografia está em todos eles. “Eu gosto de gente. Então, as minhas projeções sempre têm pessoas envolvidas. Gosto de contar histórias, registrar as emoções, os sentimentos… Então projeto continuar fotografando casamentos e, é claro, sempre aprender mais sobre a fotografia para fotografar cada dia melhor”, expõe Fábio, o cara que foi, literalmente, escolhido pela fotografia.
